segunda-feira, 13 de julho de 2009

O Inferno Diário

O trânsito deve ser uma das piores rotinas que temos em São Paulo. Não há como negar o caos diário. Se tempo é dinheiro, imaginem os milhões e milhões de reais perdidos todos os meses na capital financeira do Brasil. Trajetos que são feitos à noite em trinta minutos levam às vezes duas horas para serem feitos na hora do rush. Ah, sim... qual é a hora do rush?

Conceitos historicamente usados como desculpas crônicas pelas administrações municipais - sempre empurrando o problema com a barriga - tais como hora do rush, gargalos e afunilamentos, excesso de veículos etc. já não valem mais. Pergunte a qualquer taxista (se tiver coragem de tomar um taxi!): "qual é a hora do rush?" A resposta é fantástica: "não tem!", ou "o dia todo".

Antigamente, perdíamos meia hora pra cruzar uma avenida e depois disso o trânsito fluía. Esses eram os pontos críticos de trânsito. Às vezes a supressão de uma pista gerava igual transtorno. Hoje em dia, depois do gargalo tem mais engarrafamento. Passar a tal avenida é ainda mais difícil, porque o motorista tem que adivinhar se os carros que estão à frente vão andar ou se ele vai bloquear o cruzamento.

Excesso de veículos, ao menos, é uma desculpa que nunca vai caducar! Desafio qualquer pessoa a pegar um ônibus cheio, passar uma hora de pé se segurando enquanto o motorista conduz impaciente o ônibus num acelera-freia que joga uns contra os outros, para finalmente, se espremer constrangedoramente pra chegar à porta, e preferir isso ao conforto de um automóvel. Sem citar uma infinidade de variantes desagradáveis que ainda podem ocorrer para tornar essa rotina ainda mais desconfortável.

Com a qualidade dos nossos transportes públicos é difícil condenar o "egoísmo" dos que preferem o transporte particular. Ainda que podemos sim condenar o fato de que grande parte dos veículos - preparados pra levar não menos que cinco pessoas - são em sua maioria ocupados pelo condutor apenas. Esse assunto dá muito pano pra manga, e pode ser discutido em diversas frentes, em diversos aspectos. Eu tenho algumas opiniões bastante polêmicas e pretendo expô-las aos poucos.

Discutir São Paulo sem criticar certos - e muitos - pontos é quase impossível. Pretendo mostrar nesse espaço o que, na minha opinião, a cidade tem de bom, ainda que exista muitos problemas a serem resolvidos. Tentarei alternar as críticas com os elogios.

E só pra deixar um gancho: Viva a bicicleta!

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